ABRAÇAÇO- A REINVENÇÃO PERMANENTE DE CAETANO por Valério Fabris

Quem acabou de sair do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, nesta noite de sábado, jamais esquecerá. É impressionante a capacidade desse sujeito, que, em 1967, portanto há 46 anos, surgiu com duas pérolas (Coração Vagabundo e Avarandado) e, ao mesmo tempo, deixou o Brasil inteiro perplexo com Alegria. Alegria. O Abraçaço é um showzaço. O Império da Lei, uma obra-prima. Diz, aqui e ali, mais ou menos o seguinte: "o império da lei há de chegar no coração do Pará; quem matou meu amor tem que pagar, e ainda mais quem mandou matar, ter o olho no olho do jaguar, virar jaguar". A moçada que o acompanha manda ver lindamente, no embalo do ritmo que vem do Pará, com guitarra, bateria e baixo. A genialidade de sempre ganhou ainda mais simplicidade com os setenta anos de vida de Caetano, um artista que sempre fala a linguagem do tempo presente. E a gente lembra que foi o maior bafafá a guitarra que - por meio de Alegria, Alegria - Caetano ousou enfiar no coração da MPB. Ele fez isso do único jeito que fica realmente bom, na verdade pra lá de bom, que é o jeito Caetano.

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