Se me vês agora tão despudoradamente feliz longe de ti
É porque tardei demais em perseguir aquela trilha refletida na janela
De tua claúsula fui (silenciosamente) redesenhando meu trajeto,
Tateando as esquinas e esvaziando o fardo da mochila empoeirada.
Colori passos tímidos, catalisei vestígios de mim,
Extirpando os nós que já há tanto asfixiavam sentimentos.
Não, eu não posso ouvir que ingrata sou.
Lutei pela alegria compartilhada, por cada fisga de um olhar mais atento.
Subverti posturas, fiz-me paciente, prestimosa, oportunamente distante.
Borrifei sabores candentes, perfumei-me de botões adormecidos.
Dia após dia fiz-me diferentemente reconhecível.
Mas se permanecesse, já não seria eu a estar ali.
Bem sei que se contaminada pela hostil vingança de tanta negativa
Não haveria mais nada a recompor, nenhum luminoso a perseguir.
Olhas: não vês como sou melhor borboleteando pelas frestas amanhecidas?


No comments:
Post a Comment