A ESCRAVIDÃO, A PODEROSA EMPRESA ESTATAL QUE MOVIA UM PAÍS DE FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

Por Valério Fabris
O Brasil todo era a favor da escravidão dos africanos. Foi a maior do planeta, durando três séculos e meio. Opunham-se a ela uma dúzia de abolicionistas, considerados liberais, antipatrióticos, aliados do capital internacional.

Quase o Brasil inteiro era povoado por funcionários públicos. O país cultivava, com o escreveu Joaquim Nabuco, um ‘invencível horror a toda a espécie de trabalho’, que era coisa só para os negros.
Em mais de três séculos, foram embarcados para cá cerca de 5,5 milhões de africanos. A proibição do tráfico negreiro ocorreu em 1850, mas o contrabando persistiu até 1888, com vistas grossas do Imperador D. Pedro II e do imenso aparato burocrático estatal. Era uma “lei só para inglês ver”.
Cada um tinha seus escravos: o nobre, o deputado, o advogado, o juiz, o padre, o comerciante, o ouvidor, o conselheiro, o corregedor, o alferes etc.
Os inimigos da pátria eram, então, abolicionistas como Luís Gama, André Rebouças, Antônio Bento, Angelo Agostini, Castro Alves, Joaquim Nabuco, José do Patrocínio e Silva Jardim.

No comments:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...