meu lado B que vê a vida – parte 1

Bom, tudo é muito igual e plano quando a gente anda nas ruas, conversa com as pessoas. O geralzão da vida é superficialzão mesmo. A-d-o-r-o um aumentativo, de quando em quando, dá uma idéia do quanto eu acho certos assuntos interessantes, mesmo que desprezíveis, mas a minha vida é assim mesmo. O interesse tem que estar presente, onde quer que eu vá, senão eu fico sem graça ou apática Não que eu seja um ser esfuziante, mas gosto de procurar encanto e reflexões no cotidiano. Ah, também a-m-o escrever, meus dedos disparam nas teclas. É um fluir delicioso. Outro dia li uma frase que me fez refletir muito. É o seguinte: quando você coloca mais de uma pessoa na conversa, descamba pro superficial. Quem disse isso foi o psicanalista Francisco Daudt da Veiga, no livro Amor Companheiro, da Ed. Sextante. Achei fantástico. Nunca tinha me dado conta de que esse é um motivo e tanto pra gente não achar o mundo superficial quando estamos em turma ou, como dito anteriormente, numa conversa com mais de duas pessoas. Por isso que terapia de grupo nunca funcionou pra mim. Fui em duas sessões, já faz quase uma década isso, e achei um p-o-r-r-e verdadeiro, desses que deixam o sujeito de ressaca braba no dia seguinte. Uma mulher, toda bem vestidinha, patricinha mesmo, começou a contar o quanto estava mal no casamento, que o marido só queria saber de ir pra casa de campo nos finais de semana, que ela não estava realizada como pessoa, enquanto advogada-estressada de uma grande empresa e a crise dela veio porque um dos cunhados a chamou de patricinha e ela ficou sabendo do tal fato. O tom de voz e a roupa justificavam o adjetivo pejorativo desse nome tão bonito, ninguém do grupo discordou nem concordou do jeitão dela. Muito menos eu. Imagina? Primeira vez com um monte de gente muda e a postos pra escutar quem vai opinar primeiro e vai lá você, de entrona, e fala algo do tipo: ah, menina, eu acho mesmo que você é uma baita de uma menina mimada querendo todas as atenções, vai lá pro tanque e lava um monte de roupas pra ver se não melhora. Imagina se ela tem um ataque de choro? Se todo mundo lá já é amigo dela? Fiquei na minha. Achei aquilo tudo um luxo psicológico, se é que isso existe. Fui em mais uma sessão e nem lembro como foi. Depois nunca mais voltei. É isso, meu brasilzão. Eita!

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