na desordem do armário embutido

Travessura sem destino

Aumentam meus desatinos

Desmistifico meus pudores

Retifico meus instintos

Tento poemar

Não consigo

Hoje não tenho clima

Nada me acolhe

Tudo me engole

Quando teu cheiro é de porre

Quando me achego em mágoas tantas

Infindáveis mágoas tuas

Maldosas inimigas desse amor tijolo a tijolo

Ai, como tudo arde nessa madruga

Insone, sonho com meu sono

Sono não vem

Pobre de mim que não aprendi a só ser

Sem você

Me estraçalha, me encurala

Não adianta

Sei bem quais detalhes são entalhes

E não te dei meus olhos pra tomares conta

E nem meu sangue errou de veia e se perdeu

Isso foi só uma vez só

Fico por aqui, só

(no talo e sem burilar – eu)

1 comment:

Anonymous said...

Clara...

Me emocionei ontem quando conversávamos e surgiu o assunto da música Eu te amo. Meu coração chegou a doer quando você falou da história do teu sangue só ter errado de veia uma vez. Aí na mesma hora me vieram lembraças daquele meu amor torto, mas amor. Por isso te contei do meu antigo relacionamento.
E agora, chego aqui ao seu blog e emociono novamente com seus textos, não apenas este. Tuas palavras fazem poesia aos ouvidos e à mente.

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