
"não importa que a tenham demolido: a gente continua morando na velha casa em que nasceu.” (Mário Quintana)
“... o ato de gerar um poema é, inicialmente, lúdico. Depois, é lúcido, com o retoque, o aperfeiçoamento, a obtenção do fim colimado...” (Mário de Andrade)
Em meus escritos (talvez poéticos) encontrei a companhia ideal, pois instalado em meu próprio ser, vai onde vou, sem preconceitos e medos.
A descrição da beleza que há no feio e no bonito que vejo a cada instante, tanto do que se passa fora quanto dentro de mim, é uma necessidade tão intensa que sem a qual, me faltaria o ar.
Alguns escritos urram para vir, outros surgem reflexivos, como a diversidade do mundo, das pessoas e do que existe. Não importa como vêm, o importante é que me conquistam e que na escrita, meu desejo está inscrito.
ter estados
a condição humana
é estar em estado de estados sortidos
o humano é condição
de desvios, de vazios, de infinitudes
e às vezes
é pura plenitude
ser humano
separa, debulha
diz regras
escreve intentando, prometendo
desacertar acertos
o demasiado humano
segue, serve, ressente
apela, mela, descabela-se
e é poste, lança, parede, copo
é estado do que avista pela vida
o tejo é lindo
e a condição do estado humano
faz o ser virar rio e mar
quando o tejo invade-o
assim o vadio vazio
torna o ser um rio mar,
mais fácil de amar
os dias confessam
a alegria tolhida, uma condição humana
os dias desmentem
o ser feliz e o infeliz
alegria sorri
quando se dá corda
acorda, instala certas condições
como a de não abrir porta
para o que corta e dá as costas
como a de preservar vivas as cercas
que barram tristeza e períodos de seca
a condição humana de estados
é tentativa
de não tirarem os espaços ar
nem a ciência que teu ser sabe ter, para viver


1 comment:
Clara,
Lindo seu blog e esse jeito que você tem de descrever a vida. Continue escrevendo sempre para o deleite de leitoras como eu.
Beijos.
Fernanda
Post a Comment